É inevitável em alguns momentos
da vida passarmos por crises existenciais (a maioria ligadas à idade) que nos
fazem dar um break no que estamos fazendo para avaliar nossa postura perante as
situações do cotidiano e a forma como estamos gastando o tempo. Nada mais comum
do que crise de adolescência, crise dos 20, dos 30, dos 40, da meia idade... Parece
que de tempos em tempos sentimos uma necessidade avassaladora de avaliar o passado,
o presente e as perspectivas de futuro, na tentativa de identificarmos se o
caminho que estamos percorrendo realmente nos levará para onde queremos ir.
Nada mais frustrante que passar a vida fazendo coisas que nada tem a ver com
sua personalidade, seu modo de ser e de encarar o mundo.
Muita gente se esparra naquela
ideia de “chegar lá”. Mas percebo que esse lá
tem muito a ver com as perspectivas das pessoas em relação a você, o que
esperam que você faça ou o que você tenha quando as décadas passarem. Casa
própria, família, carro novo, estabilidade financeira e profissional... Essas
metas são importantes sim, mas o grau de importância e momento em que elas
devem virar prioridade varia infinitamente de pessoa para pessoa e quase nunca
estão sincronizadas com as vontades dos outros. Nem sempre (quase nunca)
sabemos o que é esse “Lá” e onde ele fica.
Essas reflexões são fruto de
inúmeras frustrações, sentimentos de culpa e de incapacidade que permearam meus
últimos (muitos) anos, rs. Falando de forma simplista, a gente sofre bastante
quando está nessas crises. Mas, ao contrário do que parece, eu não lamento esses
períodos, pois me trouxeram grandes reflexões, que fizeram parte do meu
processo de amadurecimento e mudaram completamente minha maneira de encarar a
vida.
A ideia que mais mudou minha
perspectiva nos últimos tempos foi a seguinte: podemos ser plurais! A gente tem
a tendência de limitar cada vez mais nossas opções. “Isso ou aquilo” e nunca “isso
e aquilo”. Eu mesma não aceitava, mas a verdade é que eu tenho muitas
preferências. Música, dança, cinema, literatura, televisão, decoração, trabalhos
manuais, fotografia, viagens, além de estudar pelo mero prazer de aprender... Enfim,
me dei conta de que não precisamos esperar por aquela época em que tudo estará
tranquilo, pelos anos de aposentadoria, para trazer a tona esses prazeres. E não
precisamos abraçar um emprego, um ideal de carreira, um estilo de vida, pelos
motivos errados. Vejo cada vez mais pessoas ao meu redor transformando seus
hobbies no seu modo de viver, partindo para carreiras completamente diferentes
do que haviam planejado, se arriscando em novas experiências, abrindo a mente
para novas possibilidades. Esse é um movimento contagiante!
E foi partindo desse sentimento
que a ideia do blog nasceu. Minha intenção é falar de tudo que me agrada,
mostrar o que consegui aprender com as experiências que tive e buscar novos
conhecimentos e paixões. Também será um exercício de escrita e disciplina, que
espero mesmo adquirir para mantê-lo como gostaria. Sem grandes planos e pretensões,
esse blog vai tratar do meu universo, que, como descobrir recentemente, também
é meu infinito. Espero que esse infinito tão individual se esparre de alguma
maneira no seu, para podermos trocar figurinhas!!!!
Abraços!
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