Se, assim como eu, você teve uma
infância alegre, tranquila e saudável, boa parte do seu tempo foi em frente à
televisão. Pode parecer ironia, mas a televisão para mim (e acho que pra você
também) era tão divertida quanto qualquer brincadeira de infância. Pelo menos
naquela época! Como nessa fase maravilhosa de nossas vidas não temos muitas preocupações
genuínas, meu tempo era dividido basicamente entre escola, televisão e brincadeiras.
Até hoje tenho memórias muito vívidas
da minha infância e boa parte delas estão relacionadas aos programas que eu
assistia. Aprendi e me diverti muito com eles. Como sou um pouquinho
nostálgica, até hoje gosto de assistir os programas e lembrar como minha
cabecinha infantil funcionava e interpretava as coisas que via. Por isso,
resolvi fazer alguns posts mostrando programas, filmes, séries e desenhos
animados que marcaram a minha infância e, provavelmente, a de muitas pessoas
nos anos 80 e 90. Serão apenas as de TV aberta, por que na época o acesso a TV
a cabo na minha cidade era inexistente, por isso, não faço ideia do que se
passava por lá.
Hoje vamos às séries!
Jiraya, Black Kamen Rider:
Essas
duas séries, junto com Jaspion e Changemans (ligeiramente anteriores), eram uma
febre nos final dos anos 80 e início dos 90. A TV Manchete foi responsável por
muitas tardes de alegria, transmitindo esses heróis japoneses lutando contra o
mal.
Power Rangers:
Cópia americana dos Changemans (sejamos justos, é uma baita cópia, se você não conhece os Changemans dá uma pesquisada rápida), os Power Rangers também marcaram a infância de muita gente, que nasceu no final dos anos 80, como eu. Com a fórmula dos super-heróis que lutam contra o mal para defender o mundo (apesar de que, nesse caso, todo o mundo se resumia a Alameda dos Anjos, rs), Power Rangers virou uma grande franquia, com inúmeras temporadas. Que criança daquela época não brincou de morfar? Eu era a Power Ranger rosa J.
Família Dinossauro:
Foi por conta
deles que nós, crianças nos anos 90, conhecemos os dinossauros, antes dos
filmes (como Parque dos Dinossauros) e do boom que eles causaram no assunto. Nessa
série nós conhecemos a família Silva Sauro e todos os acontecimentos que marcam
esse grupo de dinossauros superdivertido. A série tinha uma genialidade ímpar, já que
conseguia criar um humor capaz de atingir o público infantil, enquanto
realizava críticas e mais críticas ao nosso modelo de sociedade, de trabalho,
cultura. Tem o final mais triste eeeever. A lágrima ainda brota!
Punky, a levada da breca:
Há, os
subtítulos que nossos tradutores criam. Pelo menos aprendi o que significava
essa expressão. Punky era uma criança muito bem humorada e esperta, filha de
criação de Arthur, um senhorzinho que morava sozinho e que passa a cuidar da
menina depois que a mãe a abandona. Eu gostava tanto de Punky que meu segundo
cachorrinho se chamou Pinky, assim como o dela. Lembro de assistir a série e me sentir meio comovida, por que achava a história da vida dela muito
triste. E ainda continuo achando quando lembro que ela foi abandonada pela mãe
sozinha em um shopping center (pelo menos era o que ela contava), o que a
obrigou a ser independente e, consequentemente, muito carente de atenção. Punky
e Arthur protagonizavam uns belos momentos de tristeza e melancolia que
deixavam meu coraçãozinho infantil em frangalhos.
Chapolin e Chaves:
Coloquei as
duas juntas por que tem um mesmo grupo de atores e idealizadores, mas essas
séries mereciam posts inteiros. Chapolin é o herói mais sensacional da
televisão! A série tem um humor meio trapalhão que sempre me fazia rir,
enquanto mostrava o que realmente importava num super-herói: a coragem e a
determinação. Genial! E Chaves, a história do menino abandonado que morava no 8
e que estava sempre com fome, junto como todos aqueles personagens sensacionais
me despertava e ainda desperta tantos sentimentos! Me deu noção de justiça, de
amizade, de solidariedade, me mostrou algumas verdades, sem perder a capacidade
de ser cômica.
Blossom:
Essa deve ser a série mais
importante da minha lista, no que diz respeito à influência que exercia sobre
mim. Eu era tão aficionada pela série que meu sonho era ser como ela! A série conta a história de Blossom, filha
caçula e a única menina de uma casa com três homens: seu pai e seus dois
irmãos. Ela era esperta, inteligente, engraçada, determinada. Tinha a melhor
personalidade que uma adolescente poderia ter. Também não posso esquecer da
Six, sua melhor amiga maluquinha, que só podia ser a amiga mais legal do mundo.
Até a abertura da série era sensacional, com a Blossom dançando e sapateando.
Até hoje tenho um carinho muito grande pela série. Só comecei a seguir The Big
Bang Theory depois a Maiym Bialik, atriz que fazia a Blossom, entrou na série para interpretar a Amy, namorada do Sheldon. E ela continua ótima!
Castelo Rá-Tim-Bum:
Essa é outra
que merece um post só pra ela! Me dá até um arrepio quando lembro o quanto eu
aprendi com essa série. A gente era ávido por acompanhar a rotina daquele
castelo tão incrível e seus moradores ainda mais maravilhosos, que incluíam magos
e bruxos, ratos, fadas, gatos e cobras falantes, passarinhos cantores, além de
todos os visitantes interessantes que apareciam por lá, como a caipora, personagem do folclore brasileiro; Etevaldo,um extraterrestre; Penélope, a jornalista; Bongô, um entregador de pizza que tinha medo de bruxa e até o doutor Abobrinha, um vilão que sempre falhava na sua empreitada. A série tratava de música,
literatura, história, geografia, folclore, culturas estrangeiras e até higiene!
Não consigo lembrar de mais nada tão genial criado pela televisão brasileira
para o público infantil ( e quiçá para o público adulto). Quem assistiu não se
esqueceu de como se faz um copo de vidro, qual o som do contrabaixo, que uma
mão lava a outra e as músicas mais maravilhosas do ratinho, que nos ensinava a
tomar banho direitinho e a passar fio dental. Além de todas as aventuras do
Nino, do Pedro, da Biba e do Zequinha. Se eu citar tudo que lembro, esse post
não terá fim. Nós, telespectadores do
castelo, devemos boa parte do que somos hoje à essa série. Sinto falta de um
programa assim na televisão brasileira. Obrigada TV cultura!
Xena, a princesa guerreira:
Aprendi a gostar de mitologia e da cultura grega por conta de seriados como Xena.
A série foi uma espécie de spin of de Hércules, que eu também adorava. Só que
Xena era mais especial para mim. Por quê? Por que ela era uma mulher, ora... Hoje quanto lembro,
vejo que desde criança já era feminista, rs! Xena, junto com a Gabrielle, sua
melhor amiga e fiel escudeira, ilustrava para mim a força da mulher, fazendo o
que queria, sendo quem queria, salvando as pessoas, exercendo todos papéis e as
funções que ainda não se via com frequência nem na TV e nem na vida real. Ela
tinha uma aura de poder e segurança que me fazia acreditar que ela podia fazer
tudo. E eu também! We can do it!
Eu tenho uma memória de elefante,
portanto ainda tenho um monte de séries que marcaram minha infância e que não
caberiam aqui. A TV Cultura também nos proporcionou a oportunidade de ver Sítio
do Pica Pau Amarelo e Mundo da Lua, séries reprisadas.
A esquerda: Mundo da Lua; A direita: Sítio do Pica Pau Amarelo |
Lembro também de ver
Friends, Barrados no Baile e Plantão Médico, mas tinham piadas e assuntos mais
adultos, então eu absorvia pouco.
A esquerda: Friends; no centro: Barrados no Baile; A direita: Plantão Médico |
Também
assisti A Feiticeira, Jeannie é um gênio e até I love Lucy, quando, num arroubo
de entusiasmo, a Rede Tv que estava nascendo, resolveu transmitir essas séries tão
antigas. E eu adorava.
Acima e a esquerda: Jeannie é um gênio; Acima e a direita: I love Lucy; Abaixo: A Feiticeira |
É claro, o SBT foi um dos grandes responsáveis por me
viciar em séries, pois além de transmitir a maior parte das séries que já
citei, ainda tínhamos Três é demais, Alf, Galera do Barulho. E as séries da
adolescência: Um anjo muito doido, Um maluco no pedaço, Tal mãe, tal filha...
Acima: Três é Demais; Abaixo e a esquerda: Aff, o Eteimoso; Abaixo e a direita:Galera do Barulho |
Acima: Um Maluco no Pedaço; Abaixo e a esquerda: Um Anjo Muito Doido; Abaixo e a direita:Tal Mãe, Tal Filha |
Estou chegando à conclusão de que esse assunto é infinito, portanto, para o bem de todos, vamos finalizar por aqui. Ai, ai... já estou até prevendo o tamanho do post sobre desenhos animados!
Obrigada a você que teve
paciência e chegou até aqui! Você deve ter crescido nos anos 90 ou é apaixonado por séries!